Tudo em vão. Será?

O que mais se poderá dizer a alguém que por mais que se expliquem as coisas essa pessoa nunca percebe o porquê de estar a ouvir o que está a ouvir e nunca leva a sério o que se lhe é dito. O que mais se pode fazer quando esse alguém não acredita em ti, dizendo constantemente estar a falar com uma pessoa imatura, sem convicções e que não sabe nada da vida quando é exactamente o oposto disso... O que mais posso eu fazer quando alguém não acredita no que lhe dizem, provando com factos e argumentos o que está diante dos seus olhos... Uma pessoa que não admite estar errada e não dá o braço a torcer quando o outro está certo, mas é a primeira a apontar o dedo, ludibriando tudo o que lhe digo da maneira que lhe convém. Mesmo assim é em vão. Tudo foi em vão.

O que me adiantou abrir o meu coração e expor todos os meus medos e receios a essa pessoa quando eu vejo, através de actos e atitudes, que foi tudo em vão. Tudo o que foi dito, escrito, não passaram de palavras extras, dispersas, aleatórias, perdidas no tempo pois ninguém lhes deu o devido valor. Ninguém quis saber. Ninguém se importou. Tudo foi em vão. Ficou tudo igual ou até quem sabe, pior... Eu só gostava de ter aquela pessoa companheira do meu lado. Uma pessoa confidente e que falasse comigo na qualidade de aconselhar e não criticar ou impor as suas ideias. Será pedir muito?

Serei eu que estou errada em fazer valer os meus direitos na qualidade de alguém que não pediu para cá estar e muito menos para ter a vida que tem? Serei eu que estou errada em me contentar com o que tenho e levar um dia de cada vez em vez de me preocupar e sofrer por antecipação. Serei eu que estou errada em não querer conversar pois sei que não levará a lado nenhum a não ser a mais discussões, gritos e choros? Serei eu que estou errada em querer lutar pelos meus direitos e por aquilo que eu quero?

Eu não sou a culpada! Não sou a causadora de toda a infelicidade, dificuldades diárias e afins que possas ou possamos ter! Eu sou uma vítima tal como toda a gente. Então não me culpes! Não tentes arranjar um culpado para descarregar todas as tuas frustrações. Não sabes como isso me entristece, como isso nos separa... Eu não tenho culpa! Ninguém tem. Temos apenas de reaprender a viver com o que temos agora sendo isso melhor ou pior do que o que tínhamos.

Serei eu que estou errada em pensar assim? Será que o verdadeiro problema aqui sou eu? Começo a duvidar, começo a ficar maluca com isto tudo. Será realmente tudo em vão? Talvez fosse melhor para todos a minha ausência...não sei... Será?

Não sei o que possa fazer mais. Valerá a pena tentar sequer? Só queria que estivéssemos bem... Será pedir muito ou seremos realmente incompatíveis? Não pode ser...não posso deixar... Mas cada vez se torna mais difícil. Dizes que eu te afasto mas quem está a fazer isso constantemente és tu. Será que não vês? Ou serei eu? Não sei... Já não sei de mais nada...