Paredes de Coura '14 ~ Reflexão

Por onde começar? Nem sei... Creio poder dizer que o balanço deste ano foi 50/50. Eu ia arriscar dizer que foi um balanço negativo, mas não me posso esquecer dos bons momentos que passei em Coura este ano: deu para morenar um pouco apesar do habitual gelo da água do rio Tabuão, as risadas c/o "drogado que andas no rio" e o "oh mãe, traz-me água", as (poucas) pessoas decentes que lá conheci e com quem deu para manter uma conversa coerente, a bela da Lady D das Caipis, as cidras manhosas e a última noite no palco secundário. Viva aos banhos em comunidade, à bela da fila de espera para secar o cabelo... e carregar o telemóvel... e ir simplesmente ao WC... e afins. Concertos marcantes: Janelle Monaé, Chvrches e James Blake.

 

Por outro lado, para quem esteve a acampar desde dia 10 foi um pouco desesperante e super desgastante. No último dia eu já não podia ouvir a voz de ninguém, tudo me irritava. Para além de todo este tempo, a qualidade do mesmo deixou muito a desejar este ano. Não pelo grupo de amigos com quem fui, mas por terceiros. Infelizmente, Paredes de Coura já não é o que era. Este ano o festival foi invadido por uma moda súbita, sem dúvida proveniente dos ares do Sul, pois aquilo mais parecia o Sudoeste e, em alguns casos, um jardim infantário até. A média de idades que por lá andava rondava os 17 anos, volto a referir MÉDIA em PAREDES DE COURA, e as mentalidades muito abaixo deste número. Não se via o mínimo de respeito por parte desta espécie de aspirantes a frequentadores de festivais "mais alternativos" (coisa também escassa este ano), aliás, quando um grupo estava a passar pelo nosso toldo e as nossas tendas a serem pisadas pela milésima vez, tivemos o privilégio de ouvir uma chavala a dizer, depois de ter sido advertida a ter cuidado com as tendas, "ah, num festival não há respeito"... bom. Ou é a minha mentalidade que está muito retrógrada ou a juventude de hoje em dia tem literalmente mais um neurónio que um cavalo que é para não andarem para aí a cagar no meio da rua, é que só pode. Só por isto, já estão a imaginar todo o role de comentários e situações que se sucederam desde dia 10 até dia 24.

 

Posto isto, para o ano vou ponderar muito seriamente se volto a Coura ou não. Infelizmente o festival perdeu a sua essência e se é para ir para lá para me chatear em vez de descontrair e me divertir, prefiro juntar esse mesmo dinheiro e ir de viagem para um sítio qualquer.

 

Mas pronto, apesar de tudo, houve momentos muito bons por lá, alguns deles dignos da bela da foto. Assim sendo, aqui ficam algumas recordações deste ano.