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05.03.2015

Existe uma grande diferença em desistir e o saber quando já tiveste o suficiente, e chega aquela altura em que uma pessoa chega ao seu limite e cansa de vez. Cansa de se preocupar, de fazer tudo em vão e de dar uma porção do nosso tempo, o qual não volta atrás, a alguém a qual chegamos à conclusão que não o mereceu.

Alguém uma vez disse-me que, quando temos alguém que nos trás mais tristezas do que felicidades, temos de começar a reconsiderar se queremos continuar nessa situação ou deixar que o amor próprio fale mais alto.
Durante muito tempo fiquei naquela incerteza constante sem saber para onde me virar ou o que pensar sequer, pois há pessoas que nos fazem ter atitudes que desconhecíamos por completo de nós mesmos. Aquela pessoa que te faz bem e mal ao mesmo tempo, que te faz quere-la perto de ti e, bem longe ao mesmo tempo. Aquela pessoa que te impede de cair, mas ao mesmo tempo te está a empurrar... E, assim, vai-te deixando numa luta constante entre o "não quero mais" com o "não quero largar" pois, pensas sempre que, no fundo, é só uma fase e que tudo irá melhorar. Pensas que as atitudes dessa pessoa até nem são por mal e que, no fundo, ela te compreende e gosta de ti, cheia de promessas de mudança e prosperidade. Pensas e repensar mil e uma vezes e, quando dás conta, estás outra vez a levar uma rasteira e a cair no chão mesmo de cara, e volta tudo ao mesmo, a dor, a angústia, a mágoa, o desespero.
Esta é a minha luta desde Outubro. A luta constante em querer o melhor para alguém que não dá o mínimo valor a isso, achando sempre que tudo o que fiz era para o seu mal. A luta constante em querer ser a pessoa perfeita e completa que ela um dia almejou ter do seu lado durante este seu percurso e, pelos vistos, ter falhado redondamente. O desespero em saber que estávamos a fazer o que era certo mas ficar sempre na dúvida pois queríamos acreditar na outra pessoa, então acabávamos por nos anular constantemente. Anulávamos os nossos princípios e ideologias a fim de tentar perceber o outro lado e dar uma segunda (milésima) hipótese. Costuma-se dizer que o mais cego é aquele que não quer ver e, no fundo era isso que acontecia, a fim de tentar evitar o inevitável. Evitar algo que eu própria não queria acreditar que teria aquele desfecho, pois no fundo eu não queria largar, e ainda não quero.
Dizem que a batalha mais dura que alguma vez alguém irá travar é connosco próprios, e é bem verdade. Claro que também errei, não digo o contrário. Também tive atitudes menos boas, e a maior prova disso é o meu feitio. Feitio este que tentei contornar e moldar ao máximo de forma a conseguir manter uma relação saudável e pacífica... Tentei ao ponto em que todo este problema me começou a atormentar de tal maneira que eu cheguei a pensar que estava a ficar tolinha. Comecei a ter insónias e volta e meia vinham-me as lágrimas aos olhos e questionava onde é que eu afinal tinha errado, pois por mais conversas, explicações, discussões e argumentos, voltava sempre tudo ao mesmo e eu voltava novamente a sentir-me lixo, a sentir-me inútil, de mãos e pés atados pois, independentemente do que eu dissesse ou fizesse a conversa acabava por ser mais do mesmo, as desculpas eram as mesmas, assim como o discurso. Qual foi o meu problema? Eu ser possessiva? Ciumenta? Querer o melhor para essa pessoa? Querer que ela crescesse e aprendesse com os seus erros? Errei assim tanto? Pelos visto sim, visto que passei de pessoa adorada para mais uma entre tantas quem nem um "boa tarde" merece ao virar das esquina.
Mas não estou aqui para criticar nem discutir. Esse tempo já há muito que passou e nada adiantou. Nada mudou, e o sentimento de impotência tornou-se o pior de todos. Decidi então deixar que o tempo faça aquilo que não consegui fazer.
Foi a decisão mais difícil que já tomei em toda a minha vida, ninguém imagina o quanto me está a custar e, apesar de não a querer de todo tomar, tive de o fazer. Pelo bem da minha sanidade mental e, por estar de consciência tranquila de que não posso fazer mais... Cheguei ao meu limite em todos os sentidos e deixei de me continuar a anular por alguém que nunca reconheceu nada do que fiz por ela.
Já disse isto e volto a dizer, ninguém gosta e se preocupa mais com aquela miúda do que eu, mas chega. Não dá mais. Fiquei sem forças para lutar por algo onde sou a única a abdicar, a anular, a calar, a ouvir, a consentir, a sofrer... Não consigo mais, agora não... E dói tanto.

Pode ser que um dia mais tarde nos encontremos por aí, e a dor tenha passado e a marca desta ferida se tenha tornado quase impercetível a olho nu e, nessa dia, saudar-te-ei como uma velha amiga que se perdeu no passar do tempo, mas a qual nunca esqueci, deixando então para trás tudo o que de mau aconteceu.
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E assim me despeço.
 
Até um dia Americana.
Desculpa.

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