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Descansa em Paz



Não sei o que pensar nem o que dizer...
É tudo tão real e surreal ao mesmo tempo...

Temos a morte como certa e eu sabia que este dia ia chegar mas...nada nos prepara para isto, por mais que acreditemos que sim. Pensamos sempre que temos mais tempo e de repente, o tempo acaba...

A última vez que vi a minha avó sabia que poderia ser o nosso último encontro. Tentei ser forte e esconder as lágrimas na sua frente. Falámos de tudo e de nada e ela, sempre tão preocupada, a perguntar-me sobre o meu curso e se estava tudo bem.
A sua saúde tornara-se frágil e nos últimos tempos já surgiam episódios de falta de memória, não saber onde estava nem com quem... Felizmente reconheceu-me e conseguimos ter um último bom momento.

Tinha-lhe comprado uma pulseira para lhe oferecer no Natal. Escolhi uma pulseira elástica para que não lhe magoasse o pulso na cama. Tinha contas azuis turquesa e uma cruz dourada, uma vez que a minha avó era muito devota a Deus. Era uma lembrança pequenina apenas. A minha mãe disse que ela teria gostado.

Ontem foi o funeral e tive de ir buscar toda a coragem do meu ser para conseguir chegar ao caixão da minha avó e dar-lhe esse pequeno presente. Estava tão estranha... Não tive coragem de lhe tocar. Deixei-lhe a pulseira junto ao pescoço e afastei-me. Guardei o laço verde de tecido que fiz para o embrulho...guardá-lo-ei para sempre.

***

Custou-me muito ver todo aquele sofrimento, principalmente da minha mãe e da minha madrinha. Senti-me impotente e tremendamente infeliz por não conseguir fazer nada... 

Como é que se segue depois disto? Eu quero ser forte, mas não consigo. Tenho passado os dias em casa, ora a dormir, ora a chorar. Não tenho vontade de fazer nada e estou sempre a olhar para o telefone à espera de não sei bem o quê...

Acho que precisava de falar, deitar cá para fora o que me vai na alma mas, de que é que adianta? Não vai mudar o que aconteceu e não fez com que me sentisse melhor.


Creio que agora terá de ser um dia de cada vez...

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